#000 o desafio da continuidade

Esse é meu primeiro post nesse site, para contextualizar de onde ele surgiu. Hoje, 20 de fevereiro, 2023. Lua Nova. Carnaval. Chove em Porto Alegre. Escrevo na confortável mesa de trabalho que montei na Casa Tempo, a motor home da minha querida amiga Genifer Gerhardt. Aqui tenho tido a oportunidade de morar e brincar nesses últimos meses.

Venho há tempos buscando uma prática criativa com a qual eu consiga interagir sem sofrimento. Desde jovem me acompanham muitas inseguranças no fazer artístico, e mesmo com a vontade de criar sempre presente, repetidamente e por longos períodos me vi paralisada, incapaz de pegar no lápis e riscar o papel. Apesar de muita proximidade com a arte, não somos íntimas. Convivi a maior parte da minha vida adulta com incertezas sobre como ‘me expressar artisticamente’ e com um profundo bloqueio criativo.

Graças à análise, à escrita das páginas matinais, ao fechamento de alguns ciclos e infinitas conversas com pessoas amigas e artistas, pouco a pouco fui me movimentando. Não estou mais naquele lugar tão familiar, de medo e confusão. Percebo que o desenho se tornou mais fácil nesses últimos anos, e pouco a pouco foi se formando um tipo de ‘momentum’ na minha jornada. Tenho me aproximado mais e mais do diálogo, da experimentação e até do prazer nas minhas mais recentes aventuras criativas.

Então, agora me vejo revendo trabalhos, buscando feedback sobre meus desenhos,  criando site, montando portfólio, abrindo um espaço íntimo de Blog [que é coisa do passado eu sei mas eu gosto mesmo assim], colocando minha arte e meu corpo pra jogo também. Muitos movimentos por aqui, que enfim me trazem à esse momento à esse post, onde criei um desafio para seguir práticas criativas de forma mais consistente e pública.

Desafio da Continuidade

Meu compromisso
Comparecer diariamente ao desconhecido da criação artística. E compartilhar o processo aqui nesse blog. Um post por dia. Por 45 dias.

Motivações

• Priorizar o trabalho criativo Mesmo sem vontade ou ideias, criar disciplina [como eu já faço nas Páginas Matinais que a Julia Cameron propõe no livro O Caminho do Artista, mas agora em papel sem pautas, e com menos letras e mais grafias].
• Aprender sobre o meu processo criativo Seus altos e baixos. A persistência necessária. Os dias difíceis. Melhorar aos poucos, pois nada fica pior com a prática.
• Explorar possibilidades dentro da arte Me soltar e encontrar interesses, afinal vou precisar improvisar pra dar conta do ritmo.
• Expor o que tou fazendo Perder o medinho de compartilhar meu trabalho e meu processo.

Regras

• diariamente desenhar ou criar algo, do início ao fim
• qualquer tamanho ou técnica
• escrever algumas palavras para contexto
• fotografar e postar aqui diariamente

Ao final dos 45 dias, reavaliar e decidir novo formato para o próximo ciclo sem parar. 

Boa sorte pra nós, e até mais tarde 🙂